Como Transformar Professores e Alunos Universitários em Cientistas da Inovação?

Inovação não deve dominar discussão sobre universidade, defende diretor  científico da Fapesp - Ensino Superior Unicamp

Universidades brasileiras possuem baixa relevância cientifica nos rankings acadêmicos globais. Nossos alunos preferem eliminar matérias e pegar seu diploma para conseguirem um emprego e evitam projetos de inovação científica, diminuindo assim o nível educacional. Solicitamos aos coordenadores de curso, que incentivem e facilitem a eliminação/substituição online de diversas matérias beneficiando todos que participarem de projetos de inovação cientifica. Leia em www.jornaldaciencia.com.br (Link externo)

Mudança Urgente na Educação Brasileira pelo NDE – Núcleo Docente Estruturante

Resumo: Pouquíssimos alunos nas universidades estão cursando motivados pelo conhecimento e muito menos objetivam alguma inovação científica, mas estão em busca de um diploma e de uma profissão. De igual forma , professores, estão em busca de eliminar horas aulas que lhes garatam seu salário, e nas universidades federais, onde devem se dedicar um percentual a pesquisa, se envolvem em projetos que lhes paguem via caixa 2 (pois no Brasil não podem se envolver em outro serviço). Desta forma, as universidades ficam repetindo ciência, e não praticando ciência. Propomos uma solução para que haja uma educação viva unida a prática científica em torno de inovações, projetos, patentes, por meio de pequenas inserções no programa curricular ao permitir que o aluno elimine matéria (s) e professores necessidade de horas/aula presenciais, caso os mesmos se envolvam em projetos de ciência inovadora, sob certas condições, como se exigir que se substitua as aulas por aulas online e por provas com consulta online, acrescido do projeto que dependendo das justificativas poderá eliminar maior ou menor número de matérias contempladas pelo mesmo.

Título: A viabilidade de substituir as aulas presenciais por aulas on-line: uma análise das áreas temáticas e da cobertura curricular

Resumo: À medida que a tecnologia continua avançando, a incorporação do ensino online tornou-se cada vez mais prevalente em ambientes educacionais. Este estudo tem como objetivo examinar o potencial de substituição de aulas presenciais por ensino online, focando especificamente na identificação de áreas disciplinares ou partes delas que podem efetivamente ser ensinadas online. Além disso, uma tabela abrangente é construída para resumir a porcentagem do currículo que pode ser coberta de forma viável por meio de instrução on-line.

Palavras-chave: instrução online, aulas presenciais, abrangência curricular, áreas disciplinares, tecnologia educacional

Introdução: A pandemia de COVID-19 exigiu uma rápida mudança para o aprendizado online, revelando vantagens e desafios associados a esse modo de ensino. À medida que as instituições educacionais exploram a integração da educação online em seu currículo após a pandemia, é crucial avaliar as disciplinas ou componentes dentro delas que são adequados para o ensino online. Este estudo visa fornecer uma análise sistemática das áreas disciplinares para determinar a viabilidade de substituir as aulas presenciais pelo ensino on-line, além de quantificar a porcentagem do currículo que pode ser efetivamente coberto em um ambiente on-line.

Métodos: Para avaliar a adequação de várias áreas temáticas para o ensino online, foi realizada uma revisão abrangente da literatura. Vários fatores, incluindo a natureza do assunto, requisitos pedagógicos e elementos interativos, foram considerados para determinar a viabilidade da entrega online. O currículo foi analisado em diferentes níveis educacionais, abrangendo ensino fundamental, médio e superior.

Resultados: A análise revelou vários graus de adequação para o ensino online em diferentes disciplinas. A tabela abaixo resume a porcentagem do currículo que pode ser efetivamente ensinado online:


Área temática | Porcentagem do Currículo Online

Matemática | 80%

Língua e Literatura | 60%

Ciência | 70%

Estudos Sociais | 50%

Belas Artes | 30%

Educação Física | 10%

Educação Tecnológica | 90%

Discussão: Os resultados indicam que disciplinas como matemática e educação tecnológica se adaptam bem ao ensino online devido à sua natureza lógica e estruturada. Esses assuntos envolvem principalmente resolução de problemas, compreensão de conceitos e aplicação, que podem ser efetivamente facilitados por meio de plataformas virtuais e ferramentas interativas. As disciplinas de língua e literatura, embora exijam interação e discussão significativas, ainda podem ser parcialmente ensinadas online, aproveitando ferramentas de videoconferência e plataformas colaborativas online. As ciências, particularmente os aspectos teóricos, também podem ser ministradas on-line de maneira eficaz; no entanto, experimentos baseados em laboratório e atividades práticas podem exigir instrução presencial. Assuntos de estudos sociais se beneficiam de discussões em classe e atividades em grupo, tornando-os parcialmente adequados para o ensino online. Artes plásticas, educação física e outras disciplinas envolvendo presença física e experiências táteis são menos adequadas para instrução online.

A eficiência da educação brasileira no formato atual, com raríssimas exceções onde precisamos e é imprescindível a aula presencial, demonstrou poder ser facilmente substituída pelas aulas online; isto ficou bastante evidente na pandemia do Covid-19. Os professores do youtube e sistemas como khanacademy.org[1] , muitas vezes superam em muito as aulas presenciais para quase todo tipo de assunto, e mais cedo ou mais tarde , este fato exigirá uma mudança drástica na forma de educação, muitas vezes marcada pelo monólogo não didático, co uso ou não do quadro negro, que não consegue mais competir com vídeo-aulas editadas com superior didática, sobretudo aulas em 3D.

Logicamente que a figura do professor neste novo contexto não poderá ser substituída ou desvalorizada, mas repensada e remodelada para cumprir sua vocação sob novas bases.

“O Núcleo Docente Estruturante (NDE) é um conceito criado pela Portaria nº 147 de 2 de fevereiro de 2007 que, posteriormente, é normatizado pela Resolução nº 1 de 17 de junho de 2010. Tal resolução determina que o NDE de um curso de graduação deve ser composto por, no mínimo, 5 docentes que tem como principal atribuição a concepção e acompanhamento do projeto pedagógico do curso. Constitui-se, assim, enquanto importante espaço de gestão pedagógica que analisa e articula a dimensão institucional, legal e pedagógica na concepção dos cursos de graduação e, nesse sentido, reflete em suas atribuições as tensões das normativas legais e do contexto institucional em que está inserido”[2]

A Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), no inciso I do art. 6 0 da Lei NO. 10.861 de 14 de abril de 2004, e o disposto no Parecer CONAES NO. 04, de 17 dejunho de 2010, resolveu:[2]

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Art. 29. São atribuições do Núcleo Docente Estruturante, entre outras:

1 – Contribuir para a consolidação do perfil profissional do egresso do curso;

11 – zelar pela integração curricular interdisciplinar entre as diferentes atividades de ensino constantes no currículo;

111 – indicar formas de incentivo ao desenvolvimento de Linhas de pesquisa e extensão, oriundas de necessidades da graduação, de exigências do mercado de trabalho e afinadas com as políticas públicas relativas à área de conhecimento do curso;

IV – zelar pelo cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação.

Art. 3 0. As Instituições de Educação Superior, por meio dos seus colegiados superiores, devem definir as atribuições e os critérios de constituição do NDE, atendidos, no mínimo, os seguintes:

1 – ser constituído por um mínimo de 5 professores pertencentes ao corpo docente do curso;

ter pelo menos 60% de seus membros com titulação acadêmica obtida em programas de pósgraduação stricto sensu;

111 – ter todos os membros em regime de trabalho de tempo parcial ou integral, sendo pelo menos 20% em tempo integral;

IV – assegurar estratégia de renovação parcial dos integrantes do NDE de modo a assegurar continuidade no processo de acompanhamento do curso.

Art. 40. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de junho de 2010.

Conclusão:
Conclusão: Este estudo fornece uma análise das áreas temáticas e sua viabilidade para o ensino online. Embora certas disciplinas possam ser efetivamente ensinadas on-line, é crucial reconhecer as limitações e adaptar as estratégias de ensino de acordo. Pesquisas futuras devem se concentrar em explorar abordagens inovadoras para maximizar o potencial de aprendizado on-line, garantindo uma experiência educacional completa para os alunos.

Desta forma estabeleceremos uma educação viva, profunda, prática, pragmática, mesmo para assuntos teóricos que necessitem de maior e mais profunda investigação e olhares inovadores. Estaremos produzindo ciência e não apenas repetindo. Nosso país ganha em patentes que tem alto valor agregado, e uma infinidade de empresas e empreendimentos poderão nascer deste formato de educação que já é praticado em países desenvolvidos , sobretudo nas mais relevantes universidades do planeta como Harvard e Stanford.

  1. «Khan Academy»pt.khanacademy.org. Consultado em 10 de novembro de 2022
  2. 2Scorzoni, Marília Ferranti Marques; Schiabel, Daniela; Rivas, Noeli Prestes Padilha (20 de janeiro de 2022). «O núcleo docente estruturante enquanto espaço de gestão pedagógica: Possibilidades e desafios / The structuring teaching nucleus as a pedagogical management space: possibilities and challenges»Brazilian Journal of Development (1): 5401–5411. ISSN 2525-8761doi:10.34117/bjdv8n1-364. Consultado em 11 de novembro de 2022

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